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quarta-feira, 17 de julho de 2013

A Valquíria

Os homens de hoje não sabem o significado de muitas coisas. Honra, liberdade, dignidade. Com o passar dos anos eu pude ver todas estas características desaparecerem como a água que seca do chão arenoso. Os séculos repetitivos e pedantes não os fizeram lembrar dos valores, da única coisa que os diferenciam dos animais. Não, eles foram se perdendo e com isso, deixando cada vez mais vazia a dala de heróis do grande Pai.


Queria poder estar com o Pai de Todos, mas a minha soberba e incrível capacidade não me permitiu. O que os homens não sabem hoje em dia, é que, quando eles são mortos em momentos de bravura, uma criatura linda, maravilhosa, montada em seu cavalo alado vem lhe levar para a sala do Pai de Todos. E esta busca vem se tornado cada vez mais infeliz para elas, as Valquírias. Homens morrem de maneira vergonhosa, sentados na frente de suas máquinas populares, covardemente assaltados, torturados, e sem chance de se mostrarem dignos desta honra. Vahalla está ficando vazia, e muito me entristece.
Eu posso dizer que vi uma Valquíria. Nenhum outro homem vivo pode afirmar o mesmo, mas eu posso. Em um campo de batalha, lutando contra as raposas, a família rival a minha numa terra tão distante. Estava prestes a cravar o líder deles, o Olhos Vermelhos. O mesmo havia tirado a vida da minha filha, minha esposa e de meu pai, mas naquele momento, tudo isso seria vingado. A grande força que tinha, foi a minha maior fraqueza. As Valquírias estavam sobrevoando o campo de batalha, sem que nossos olhos humanos pudessem vê-las, e quando me arquei para ferir com uma lança o meu inimigo, fiz uma coisa que jamais deveria. Eu a acertei. Seu corpo surgiu na minha frente com a lança atravessada em sua barriga. A ponta já havia matado o Olhos Vermelhos, e a ela estava ferindo. A Valquíria que havia me escolhido, caso perecesse naquele lugar, e quando o homem é escolhido por uma Valquíria, somente ela pode lhe dar o descanso eterno deste mundo. Eu a feri, e por ser imortal, não iria morrer, mas deveria se recuperar. O meu maior castigo, minha punição quanto a isso foi ter de ficar nesta terra. Não morrer, até que ela, fosse recuperada. E isso, para o tempo dos imortais não é pouco, e para nós, homens, é quase uma eternidade.

Hoje, estou aqui, vivendo há mais de quarenta séculos, esperando pela sua recuperação e bondade, para que me leve no lombo de seu cavalo alado. Minha força, minha ira, minha vingança, minha maldição.

 

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