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domingo, 26 de fevereiro de 2012

VIDA DE OVO

Viver... eis a questão. Já se perguntaram onde estaria se não tomassem estas escolhas? Onde estariam se tivesse mudado, encontrado alguém, trocado de emprego, mudasse de atitude ou de pensamento? Estes dias venho me perguntado, mas claro, é só mais uma pergunta para o livro de infindáveis perguntas que nunca serão respondidas. Nunca mesmo.
Mas como eu gostaria de saber. De ver... sentir.
Infelizmente gostaria de falar sobre isso, mas para alguns, serei apenas depressivo, nostálgico ou meio velho. Então, me aprisiono em mim mesmo. Minha vida de ovo. Onde coabitam comigo tudo o que sinto. E assim, espero poder sair...

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

VOCÊ NÃO LEMBROU DO MEU ANIVERSÁRIO

MENINA – Você não lembrou do meu aniversário!
MENINO – Lembrei sim, mas não pude falar com você.
MENINA – Mentira, pensei que você fosse diferente, mas não se importa!
MENINO – Eu me importo sim! Só não consegui falar com você. Você não me responde mais.
MENINA – Você nunca será diferente. Gostaria, mas não será!

MENINO – Porque você acha que esqueci seu aniversário? Você se lembra da primeira vez que nos olhamos? Você lembra da minha mão gelada e escondida quando fui falar com você? Se lembra de quando deitou sua cabeça no peito na volta pra casa na frente do meu amigo? Você se lembra de quantas vezes lhe olhei até sumir da minha vista depois de cada despedida? Lembra que fazia de tudo para ficar perto de você mesmo quando me impedia? Lembra de quando lhe perguntei se fugiria comigo? Estava falando sério. Você lembra das coisas que me agradava ouvir você dizer pra mim? Você lembra das vezes que ficava louco quando se atrasava, achando que algo ruim poderia ter lhe acontecido? Você lembra que meu chão sumia toda vez que me dizia “Eu te amo”?

MENINA – Não lembrava... desculpe?
MENINO – Não, vamos fazer você se lembrar de tudo isso.

CARNAVAL - RELIGIÃO? - PARTE 2


E ainda falando no carnaval, pois é uma data bem especial para “nós”, brasileiros entremos então no quesito religião.
O carnaval é a festa da carne. Sim, muitos sabem, e não estamos falando de uma liquidação do açougueiro, e sim, de se entregar aos prazeres do corpo. O que isso implica no significado prático? Você, folião de carteirinha, vai beber, beijar, transar, bagunçar como nenhum ser humano normal faria. A chave da cidade é entregue para o Momo (carne) e você vai se entregar aos desejos mais íntimos.
Eu, por ser homem, claro, sempre adorei a idéia. Nossa, transar com todas, ficar doidão e zoar pacas! Isso deve ser muito legal. Não é. Você fica propício a doenças sexualmente transmissíveis. Você enche a cara e pega um carro e causa acidentes. Quantos são as vítimas de acidentes? Quantos vão para os UPA’s ou hospitais para se desintoxicar depois de ficarem horas bebendo? Isso é bom? Não é. Mas o povo gosta. E como disse Hobbes um dia; a natureza do homem é má, por isso deve haver leis para se manter a ordem.
Alguém lembra de alguma vez nos desfiles das escolas de samba do Rio não terem algum assunto, tema, ala sobre religião? Praticamente impossível, já que as religiões africanas e as criadas aqui no Brasil, como a “Quimbanda”, são religiões ao contrário da cristã, que todos estão acostumados, não tem um bem e o mal definidos.
Vamos começar com o início. Na África, há centenas de anos, os povos eram e sempre foram guerreiros, pois somente assim conseguiriam sobreviver. Eles lutavam uns contra os outros assim como sua necessidade. Escravizavam, matavam, destruíam a sua maneira. Então, quando havia uma guerra entre dois povos, estes buscavam ajuda espiritual, das entidades. Se o povo “A” pedia para a entidade “A”, logo o povo “B”, pedia para uma outra, que não fosse a “A” também. Pois não era lógico para eles, nem pra mim, dois lados terem o mesmo “deus”. Os países ou reinos cristãos são assim, pedem ajuda e matam pelo mesmo deus! Trágico.
Pois bem, nesta parte acho mais lógico para as religiões africanas.
Quando chegaram no Brasil, e vendo que os cristãos morriam de medo de suas crenças e métodos, eles absorveram a visão do mal mesmo para si, para usar o medo a seu favor. Tanto que, quem é praticante, acha graça de quem não é e acredita no que se ler e ouve das religiões contrárias. São religiões riquíssimas, no teor histórico, mas que infelizmente não tem seus dogmas escritos. Foi passado oralmente, o que marginaliza ainda mais. E é por esta razão que os carnavalescos, praticantes de tais, colocam tanto estes temas nas escolas. Pode parecer blasfêmia para os cristãos verem um cristo de cueca num desfile, mas para Oxossi, Ogum, e até Olorum, isso é apenas brincadeira e uma forma de manifestação.
Pronto. Colocar suas crenças em suas práticas tudo bem. Mas o que anda rolando e que particularmente não gosto, é querer colocar coisas cristãs em seus desfiles. Como o Cristo censurado do falecido Joãozinho Trinta. E outros que já o fizeram. Religião é algo muito perigoso, e como muitos já sabem, eu não gosto. Por causa de religião já fizeram guerras e mataram milhares. E a coisa mais chata da religião é que cada uma acha que é a certa e as outras são erradas. Por isso, acho tosco os temas com religiões que não seja aberta a isso. Quer falar, fale da sua, não a dos outros. Sabe que sempre a igreja interfere, porque tentar mudar isso?  

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O BANCO DE TRÁS

                     O rapaz entrou no ônibus. Pagou ao trocador o valor correta da passagem e passou pela roleta quase frente a porta. Antes de sentar-se em um dos vários lugares vazios que se apresentava para ele, passou um olhar pesquisador nos bancos de trás. Ele nunca havia gostado de sentar-se no banco de trás, mas por um motivo especial ele gostaria naquela hora.
Sentou-se no segundo banco que viu. Olhou para a janela e por um instante, a visão do banco de trás voltou a sua cabeça. Como ele gostaria de sentar ali atrás. Era quase uma obsessão se não houvesse um motivo. Um motivo de cabelos encaracolados... lisos... louros... escuros para se lembrar. O rapaz, mesmo com seus olhos voltados para frente, a cada curva feita pelo motorista, sua mente ainda estava no banco de trás, mas não no de agora. Ele podia se ver no banco. Sentia felicidade... medo... tristeza... raiva... amor.
O tempo passava e logo teria de esquecer o banco de trás, pois desceria. Então, quando próximo de seu destino, levantou. Passou uma olhada descarada e sem rodeios no banco de trás que não estava ocupado e pode perceber a lembrança... alegria... dor... solidão.
                             Logo saiu do ônibus. Deu uma ultima olhada para ele, e seguiu seu caminho.  

CARNAVAL - FESTA POPULAR? - 1º PARTE


                     O Carnaval está rolando! A festa popular que mais agrada foliões, ambulantes e catadores de latinhas no Brasil já está no seu fim em algumas partes do país. Para quem gosta é uma oportunidade de sair com vários parceiros, viajar para lugares calmos, ficar horas na praia ou apenas ficar em casa vendo a banda passar. Óbvio que as emissoras, a internet e todos os meios de comunicação irão dizer: “viva a festa popular”. Mas peraí! Que festa popular é esta?

                   Aqui no Rio, e falo somente por este lugar, a grande festa rola na Sapucaí, e é caro pacas! Há os camarotes que você, simples mortal jamais entrará sem conhecer alguém ou ter ganho uma bolada ou se não for jovem e com um corpo de matar um. Então, onde rola o popular nesta história?
As fantasias são caras, e o carinha paga para desfilar numa escola que se ganhar, leva o dinheiro os donos, empresários e quem vende os materiais para a grande festa. Os lucros mesmo são para as empresas de bebidas, o comércio de mulheres (prostitutas de luxo) e os bixeiros. É um sacrilégio a mídia dizer que é uma festa popular. Hoje, não é mais! O que vejo são verbas que depois de março, somem para escolas, obras públicas e desabrigados. Eu nunca vi uma campanha pedindo ajuda para se montar uma escola para a avenida, mas quando há desabamento e pessoas sem lugar para ficarem, o governo pede ajuda, doação. Onde está a mesma urgência e velocidade que se há para organizar uma festa pagã? Não tenho nada contra uma religião específica, pois sou contra qualquer tipo de religião, para um país que se diz cristão, entregar as chaves da cidade para o Momo é muita contradição!
                               O fato é que para estas festas, obras são concluídas em pouco tempo, policiamento fica massivo, ambulâncias que não acabam mais para socorrer pessoas que bebem demais! E quando se necessita de um idoso buscar hospital não há uma ambulância para levá-lo. Mas como todos sabem, este é o país do carnaval, do samba, que insistimos em dizer que é nosso, e nem isso é verdade.
Só para deixar claro, não sou contra as manifestações culturais, apenas acentuo as desigualdades destes acontecimentos. Quem dera fosse eu um folião que bebesse muito para se preocupar com estas coisas. Mas não sou. E como a repórter Rachel Sherazade disse, num vídeo que rola na net, esta festa é bem mais excludente que popular!


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

LINDEMBERG FOI CONDENADO

“Justiça foi feita.”
O assassino de Eloá, Lindemberg pegou 98 anos de prisão. Bom, certamente cairá com bom comportamento, a condicional virá com 1/6 de pena cumpridos e sem levar em consideração que no Brasil, não se permite ficar preso por mais de 30 anos. Mas a “justiça foi feita.”
O que fiquei pensando desde o início dos acontecimentos foi: Como uma menina se envolve com um cara destes? Ele não se mostrava violento, mas segundo os amigos, sabiam que ele se envolvia em roubos e com pessoas armadas. Provavelmente a jovem Eloá sabia disso, já que este fato se torna um chamariz. Mas e os pais? Qual seria o papel da família neste momento? Será que não teria como aconselhar, impedir (já que se trata de uma menor) ou procurar saber melhor o círculo de amizades dos filhos? Eu sei que são coisas que muitos de nós, com filhos, não se preocupa muito. Claro que há o conselho “se tiver usando droga eu te mato” ou “se aparecer aqui com filho vai pra rua”. Mas e o papel da família nestes casos? Por favor, não estou culpando os pais da vítima, de forma alguma e nem estou retirando o fato dele ser culpado, estou somente levanto esta questão, porque as coisas estão acontecendo, a gente procura os culpados, mas nunca olhamos pra nós mesmos como possíveis responsáveis, mesmo que indiretamente.

É triste o fato? Sim. Ele vai apodrecer na cadeia? Não, provavelmente perderá parte de sua vida social. Mas um dia, como uma amiga citou em seu facebook, não se espante de daqui a pouco cruzar com este cara no metrô.”

domingo, 5 de fevereiro de 2012

BRINCADEIRA DE GATOS

O gato antes branco, mas agora coberto de sujeira espessa vinda dos carros, estava olhando para o outro lado da rua. Uma porta fechada de aparência antiga estava a sua frente. Entre o gato e a porta, uma rua bem movimentada. Pessoas nas calçadas e carros ferozes no asfalto. O outrora gato branco, estava sentado, observando atentamente para a porta. Parecia algumas vezes procurar brechas entre os espaços dos carros, mas não tinha êxito.
No céu, um sol que cegava as vistas e o chão começava a refletir o calor. O gato colocava uma pata dianteira mais a frente, parecendo ser o momento de atravessar, mas o som dos veículos o desencorajava.
O semáforo estava longe, e mesmo que o gato antes branco o tivesse perto, talvez não saberia usá-lo a seu favor. Era contar com a sorte mesmo. Contar que ninguém que estivesse passando por ali o ajudaria atravessar. Então, com seus olhos cintilantes e verdes concentrado na porta antiga, ele se atirou para ela.
Os carros não diminuíram a velocidade pelo gato antes branco. Na verdade, muitos nem o viram. Ele correu. Saltou. Sua calda tocou em uma roda, sua cabeça no para-choque de outro carro. Pequenas pedras voavam do asfalto para suas vistas. Ele fechava os olhos, parecia recuar, mas avançava ainda mais. Ele estava chegando na calçada quando um veículo robusto de frente rebaixada veio de encontro a ele. O gato antes branco, não teria chance se continuasse na mesma velocidade. Foi quando ele arcou suas pernas traseiras e com grande impulso conseguiu saltar e cair na calçada, frente a porta antiga. Sua cabeça bateu no degrau abaixo da porta quando chegou um outro gato, mais acinzentado.
— Quantas vidas gastou desta vez? — Perguntou o gato acinzentado.
— Nenhuma. Continuo com sete vidas! — respondeu o gato antes branco.
— Ou nove.
 

CEREAL KILLER - COMA ANTES DE MORRER

Não resisti. E com uma montagem tosca, fiz isso com o Dexter Morgan. O psicopata mais amado nos EUA.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

COMO UMA BEXIGA

Hoje me bateu aquele vazio. Sabe quando a gente está normal, fazendo nada demais, mas que do nada vem aquele sentimento ruim? Foi assim ás 7 horas da manhã desta quinta-feira. Estava eu resolvendo algumas coisas pelo centro quando me veio este sentimento. É ruim, muito ruim, pois ele as vezes vem com nome e endereço. Não me é estranho senti-lo, pois as vezes sou acometido por ele no decorrer dos anos, mas hoje veio muito forte.
Eu tenho a sensação de que sou como uma bexiga de ar de festas. Posso ser grande, pequeno, mas no fundo, vazio. E foi assim que me senti hoje pela manhã. Uma tristeza daquelas que a gente ver em filmes, quando por exemplo: um Dementador se aproxima de nós. Ou quando o mocinho percebe que perdeu a garota dos seus sonhos. Muito estranho.
Caminhei, pensei, senti falta e continuei caminhando. Nada fazia passar. Cheguei a pegar o ônibus para ir a Duque de Caxias, (uma viagem) e durante toda ela, o vazio me arrebatou. Me deu vontade de não existir, de me esquecer. E foi assim pelo dia... como está sendo. É impressionante como estas coisas nos levam de nós mesmos. Nos tira do chão. Mesmo sendo sentimentos abstratos. Hoje eu fui acometido por ele. Não vejo a hora de dormir. E por fim, me preencher novamente.

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