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domingo, 5 de fevereiro de 2012

BRINCADEIRA DE GATOS

O gato antes branco, mas agora coberto de sujeira espessa vinda dos carros, estava olhando para o outro lado da rua. Uma porta fechada de aparência antiga estava a sua frente. Entre o gato e a porta, uma rua bem movimentada. Pessoas nas calçadas e carros ferozes no asfalto. O outrora gato branco, estava sentado, observando atentamente para a porta. Parecia algumas vezes procurar brechas entre os espaços dos carros, mas não tinha êxito.
No céu, um sol que cegava as vistas e o chão começava a refletir o calor. O gato colocava uma pata dianteira mais a frente, parecendo ser o momento de atravessar, mas o som dos veículos o desencorajava.
O semáforo estava longe, e mesmo que o gato antes branco o tivesse perto, talvez não saberia usá-lo a seu favor. Era contar com a sorte mesmo. Contar que ninguém que estivesse passando por ali o ajudaria atravessar. Então, com seus olhos cintilantes e verdes concentrado na porta antiga, ele se atirou para ela.
Os carros não diminuíram a velocidade pelo gato antes branco. Na verdade, muitos nem o viram. Ele correu. Saltou. Sua calda tocou em uma roda, sua cabeça no para-choque de outro carro. Pequenas pedras voavam do asfalto para suas vistas. Ele fechava os olhos, parecia recuar, mas avançava ainda mais. Ele estava chegando na calçada quando um veículo robusto de frente rebaixada veio de encontro a ele. O gato antes branco, não teria chance se continuasse na mesma velocidade. Foi quando ele arcou suas pernas traseiras e com grande impulso conseguiu saltar e cair na calçada, frente a porta antiga. Sua cabeça bateu no degrau abaixo da porta quando chegou um outro gato, mais acinzentado.
— Quantas vidas gastou desta vez? — Perguntou o gato acinzentado.
— Nenhuma. Continuo com sete vidas! — respondeu o gato antes branco.
— Ou nove.
 

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